Paciente com câncer pode fazer atividade física?

Sim, o paciente com câncer pode fazer atividade física. Anos atrás, acreditava-se que pessoas em tratamento de doenças como o câncer deviam manter-se em repouso e reduzir suas atividades físicas.

A fadiga (o mesmo que cansaço) que acomete até 70% dos pacientes com câncer e pode decorrer tanto da doença, quanto do próprio tratamento, era uma grande contribuinte para se acreditar que os pacientes deveriam ficar ao máximo em repouso.

Recentes pesquisas demonstram que a prática de exercícios não só é segura e possível durante o tratamento do câncer, como também alivia os sintomas do próprio tratamento, como as náuseas pós quimioterapia, melhora a disposição, a qualidade de vida do paciente e, por incrível que possa parecer, reduz o cansaço.

Ao contrário do que se imaginava, o repouso em excesso pode resultar em perda funcional, atrofiamento muscular, reduzindo a amplitude dos movimentos do paciente.

Outra boa notícia é que a prática de atividades tem relação direta com a redução do risco de retorno do câncer. Estudo publicado no periódico JAMA já em 2005 demonstrou que os pacientes que passaram a caminhar por pelo menos 30 minutos, em média cinco vezes por semana, ou fizeram exercícios equivalentes, apresentaram cerca de 60% de redução do risco de recidiva da doença.

Ou seja, colocar o corpo em movimento irá melhorar a tolerância ao tratamento, reduzir suas complicações e ainda reduzir o risco do câncer voltar. Movimente-se, seja com caminhadas, danças, hidroginástica, natação, bicicleta, etc.

E quando o paciente com câncer pode fazer atividade física ou não
Quando há anemia muito acentuada a prática de exercícios não é recomendada, pois a responsável por levar oxigênio aos pulmões é a hemoglobina. Outra situação é quando o nível de plaquetas (células do sangue responsáveis pela coagulação e cicatrização) está muito baixo. Atualmente não recomendamos, de forma geral, atividades físicas com plaquetas abaixo de 20 mil.

Em situações em que o tumor ou suas metástases, por exemplo, ósseas, a depender da localização e dor relacionada, podem também limitar a execução de certos exercícios, a prática de atividade física é desestimulada. Mesmo nessas condições, vale a pena discutir a realização de atividades com baixa carga, como hidroterapia ou hidroginástica.

O ideal é sempre falar com o médico cancerologista antes de iniciar qualquer atividade física. O acompanhamento de um médico é imprescindível para qualquer pessoa que realiza atividades físicas, seja ela portadora de alguma doença ou não.

Fonte:
Dra Aline da Rocha Lino
Cancerologista Clínica
CRM/SC 15879 RQE 12289
http://clinicasoma.com.br/

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